domingo, 27 de setembro de 2009

Sábado 26.09

A Pensão dos Caranguejos – curta-metragem (Marcel Presotto, 2009 – Brasil) – 0

Esse curta é nulo. Não vou comentar a respeito. Só pediria os 16 minutos da minha vida de volta para o diretor, caso isso fosse possível.




Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (Karim Ainouz & Marcelo Gomes, 2009 – Brasil) - 75

Um plano de uma estrada em algum lugar do sertão brasileiro, uma serie de instrumentos de trabalho – de um geólogo – sendo ditados pelo narrador, protagonista e pessoa-única. Assim inicia “Viajo porque preciso, volto porque te amo”, de Karim Ainouz e Marcelo Gomes, diretores muito queridos pela critica nacional.
Direcionando suas referencias para o cinema documental francês. O filme retrata um sertão único – para o cinema -, analisado-o através de conceitos universais: Sentimentos humanos.
Aos longos dos primeiros minutos de projeção, confesso que não acreditei que aquela ‘fórmula’ documental iria funcionar até o fim. Mas a narrativa vai crescendo. Aos poucos vai se compreendendo o caráter humano do protagonista e seus objetivos naquele espaço.
A jornada existencial do geólogo é preenchida por planos, em geral, desfocados e com bastante entrada de luz.
O tempo todo, me vinha na cabeça, “Sem Sol” (filme que dá nome ao blog). Além dos recursos semelhantes, “Viajo...” trata-se uma poesia audiovisual, como a obra-prima de Chris Marker. A influencia do cinema verdade também está implícita, uma vez que o protagonista vai se transformando ao dialogar com as pessoas que vivem naquele ‘mundo’.
Uma grande obra, que une o caráter antropológico de Karim (diretor que nunca me empolgou) com a emoção e poesia do Marcelo (que vem sobrando como o grande diretor dessa geração).
A seqüência na ‘cidade dos romeiros’ e o plano final com toda sua concepção conceitual, estão na galeria de cenas favoritas desse ano.





Erótica Aventura (Jean-Claude Brisseau, 2008 – França) – 54

Erótica Aventura é o primeiro filme que eu assisto de Jean-Claude Brisseau. Posso dizer que minhas primeiras impressões sobre o diretor me levaram a ser que ele é um baita “humorista”.
O filme subverte todos valores de auto-ajuda e autoconhecimento já existentes. Há alguns momentos de genialidade: Quando o taxista-filósofo pede para a protagonista olhar uma copa de uma árvore e notar que ‘aquilo’ se parece uma só matéria, mas olhando bem se tratam várias partículas (folhas). E a montagem é literal, gerando um tom cômico para a explicação. Ou no momento que a amiga ‘puritana’, sem a melhor explicação, resolve mudar o rumo de sua vida, concebendo uma cena hilária.
A premissa da ‘piada’ é ótima, o problema é como ela é contada. Em uma série de momentos a narrativa se complica. Como na, demasiadamente longa, passagem de hipnose, e no clímax exagerado, que num primeiro momento é fantástico, mas logo perde o sentido.
Sem dúvidas as intenções do Brisseau foram as melhores. Inclusive quero parabenizar ele e toda equipe pela seleção das atrizes, que são muito lindas, e pelas cenas de ‘softcore’ - de lesbianismo em dois momentos -, dirigidos com muita elegância. Só faltou a ele trabalhar melhor suas ideais ao longo da fita.





A Casa Nucingen (Raoul Ruiz, 2009 – França/Chile/Romênia) – 32

Um terror surrealista. É como pode ser definido o novo filme de Raoul Ruiz, filmado em DV (emporcalhando ainda mais o filme).
A história se inicia num restaurante, onde o protagonista e sua mulher ouvem pessoas falando ao seu respeito. Flashback para a casa onde a maior parte da história ocorre.
A partir daí, Ruiz deixa em evidencia todas “assombrações” possíveis, em outras palavras, as cenas apresentam “aquilo-que-a-cena-deveria-esconder”, sem o menor medo. A tentativa de inovar é claramente um fracasso, tornando a mise-en-scène banal.
Eu me surpreendi que ouvir umas serie de HAHA’s no público, diante de cenas com diálogos ruins. Imagino que tantos riram nesse filme, para não sentirem vergonha de gastar seu tempo e dinheiro à toa.
Em todo caso alguns personagens, como o da serviçal e da menina de 18 anos tem momentos que valem alguns HAHA’s.

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