domingo, 20 de dezembro de 2009

post relâmpago: uma pausa para o natal

Tempos de natal. Para mim, mas um ano de correria e estresse, mas não procurando presentes... e sim trabalhando muito pelo consumo. O que não é uma má idéia - afinal o dinheiro vem -, mas engole todo o meu tempo. Por isso, venho aqui para dar algumas dicas do que comprar no natal. Mas não para você, e sim para mim. Fiquem a vontade para comprar o que quiserem da lista abaixo, só coisa chique.


ps: óbvio, se estiver afim de usar a lista como sugestão para si: faça-o.





Livro Trópico de Câncer (por Henry Miller)
R$40 na travessa (mesmo preço na saraiva)





Box da Série Mad Men: 1ª Temporada
R$ 99,90 no Submarino





Uniforme Alemanha 2009/2010





Cd Harmony in Ultraviolet (por Tim Hecker)





Box da Série Decálogo (por Krzysztof Kieslowski)
R$ 129,90 na Saraiva





Diários de Bicicleta (por David Byrne)
Por R$ 39,20 na Saraiva






A Embriaguez do Sucesso (por Alexander Mackendrick)
R$ 29,90 na Travessa






imagem ilustrativa

Sleep bag

domingo, 13 de dezembro de 2009

discos: top50 / #40 - #36

Em uma total onda de falta de inspiração para escrever qualquer merda: os 5 primeiros desse segundo podcast especial do top50. Até terça-feira aparecem os outros 5...



#36. Broadcast – HaHa Sound (2003)





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192 kbps



The United States of America. The Pretty Things. Can. The Zombies. Love. The Beatles. Silver Apples.
Em poucos mais de uma linha citei alguns dos principais expoentes do Rock Psicodélico, estilo musical que surgiu no final dos anos 60 e pereceu ainda na primeira metade da década seguinte. Sua importância foi fundamental para a música: artistas fundiram sua sonoridade a outras, e sua essência continuou sobrevivendo.
Broadcast certamente é um desses exemplos. Mas a capacidade de imprimir os idos anos 60 e seu gênero é única. O grupo britânico parece pegar todas as bandas citadas no primeiro parágrafo, jogar em um liquidificador e beber daquele liquido refrescante.
A percussão com arritmia, os sintetizadores sendo experimentados como se tivessem sido descobertos há poucos anos, a produção crua levando a ambientação de um long-play sessentista, tudo isso unido a belíssima voz de Trish Keenan.
“Colour Me In” funciona como um hino do reencontro o estilo. A suave balada “Valerie”: tão inocente, soa como uma canção de ninar, até ganhar sintetizadores que sobrepõe a música até seu fim. “Pendulum” e “Man Is Not a Bird” integram o álbum, mas poderiam ser muito bem regravações do The Pretty Things ou Silver Apples.
Tenho em mente que HaHa Sound não é um álbum retro. É o rock psicodélico revivido, sem perder nada daquela época que parecia estar somente adormecida. E somente o Broadcast soube utilizar o rock psicodélico de maneira tão pura, sendo assim, o grupo continua único em sua essência, e merece permanecer assim.








#37. Kanye West – Late Registration (2005)





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VBR



“Wake Up Mister West!”
Assim inicia a pretensiosa e bem sucedida obra de Kanye West, junto ao genial Jon Brion. Na linha tênue do hip hop e pop (estilo esse que o produtor e musico Brion saca muito bem), Late Registration se lança a um universo de samplers e beats impressivos.
Mas impressionante mesmo é a relação do “hit” propriamente dito, com o rapper em questão. Afinal, a produção de Late Registration faz ele funcionar como uma metralhadora de grandes canções para MTVs, algo que os artistas do pop comercial fazem muito bem (Britney Spears; Lady Gaga; etc), mas no caso do Mr. West, a qualidade de seus registros é indiscutível.
Analisar Late Registration faixa-a-faixa seria um trabalho complexo, afinal, o álbum se lança do puro pop de “Heard 'Em Say”; para simplicidade do samplers agressivo de “Gold Digger”; a introspecção “electro-gospel” de Roses; atravessando o ritmo sensual e realmente viciante como é a bem intitulada “Addiction”; à subversão da trilha de Diamonds are Forever (Diamonds From Sierra Leone); até emotividade de “Hey Mama” - aonde Kanye faz uma homenagem póstuma a sua mãe; finalizando com “Gone”, que se trata de pura improvisação sob um sampler a la Punch Drunk Love (e o Brion não produziu essa!).
Late Registration é uma carta ao hip hop, nela West escreve algo como: “nós podemos fazer assim também... sem problemas!” E nada mais, o resto está explicado através das músicas.








#38. The Caretaker – Persistent Repetition of Phrases (2008)





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320 kbps



Como eu estou um baita de um preguiçoso, recuperei a resenha que escrevi sobre esse álbum no início do ano comentando dos 10 melhores álbuns de 2008 e colei para cá, segue:

A mais nova obra de James Kirby sob o pseudônimo de Caretaker merece muita atenção. Digo isso, pois nas minhas primeiras experiências com esse álbum não foram bem sucedidas. Simplesmente não surgiu efeito. Todo aquele ruído de long-play, a repetição de sons, a sonoridade soturna… Não empolgou.
Mas foi preciso parar tudo o que eu fazia e me concentrar somente em persistir na repetição das frases. Eis que me senti como se estivesse num imenso salão de festas abandonado, onde se encontrava uma vitrolinha tocando Ballroom. A familiaridade da minha descrição aos ambientes de O Iluminado tem bastante sentido. Visto que o projeto The Caretaker começou a partir da famosa seqüência do salão de festas do filme de Kubrick. Sua proposta é samplear vinis das músicas que tocavam nos anos 20 e 30, criando um efeito único a quem escuta.
Persistent Repetition tem como intenção nos transmitir um passado abstrato, porém altamente palpável. Uma sensação de nostalgia vem à tona, diante de uma época que não vivemos. Acompanhada de uma solidão evidente que flutua sob cada sampler repetido.
Na primeira metade do álbum nota-se com clareza a repetição baseada nas músicas antigas, como se o criador quisesse chamar a atenção para o título da sua obra. A partir da quinta faixa (“Poor Enunciation”) entramos num território desconhecido. O vazio e a atemporalidade suplantam qualquer outra sensação, vez ou outra remetem ao gélido Nuuk de Thomas Köner. Em False Memory Syndrome retornamos ao velho salão inabitado, a “falsa memória” parece ser um dos elementos que ditam o álbum: As lembranças que já se foram. Von Restorff Effect é a canção onde o ballroom flui com mais clareza, mesmo com os efeitos sobrepondo, ela é como se fosse uma espécie de balada do álbum.
E por fim, mas uma vez a questão da memória é abordada no título “Unmasking Alzhiemer’s”, a partir de um som agudo, os ruídos se condensam àquele ambiente soturno e até certo ponto onírico.
Este é um álbum que deveria ser experimentado por todos, por mais complicado que pareça. E caso vocês experimentem, não se esqueçam dos fones de ouvido, por favor.





#39 Spoon – Girls Can Tell (2001)




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192 kbps



Um ano antes de experimentar todas drogas possíveis no excelente Kill the Moonlight*, Spoon foi mais suave nos seus arranjos e ofereceu ao mundo Girls Can Tell.
A concepção de produção crua e os riffs contínuos se sobrepondo me levaram a crer que o álbum daria uma bela trilha sonora de algum filme ambientado em um hangar abandonado (ouvir “Believing Is Art”).
Fato é que todas canções de Girls Can Tell tem seu brilho, mas alguns detalhes merecem ser relatados (sem a menor ordem cronológica): O violão de 1020 AM; O teclado minimalista de “Anything You Want”; A percussão (bateria + palmas) de “Take the Fifth”; A longa suite instrumental de “This Book is a Movie”; o refrão de “The Fitted Shirt” (aquele órgão é sublime); a guitarra western (?) de “Take a Walk”.
Britt Daniel e seu grupo conseguiram conceber algo tão extremamente chique quanto fumar um cigarro de blaser na porta de um pub em Londres (Isso é chique para mim, mas existirão controvérsias aqui.**). O mais impressionante é o indie rock rotulado pela mídia conseguir se sobressair a geral obviedade do gênero ao longo dos últimos anos.

*A banda não entrou numa viagem lisérgica para produzir o Kill the Moonlight e sim seu conceito de sketches + experimentações dá essa idéia.

** A intenção é soar babaquinha mesmo, não venham me xingar antes da hora.




#40. Animal Collective – Feels (2005)





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192 kbps



O terceiro álbum do Animal Collective foi o primeiro que ouvi. Lembro bem da sensação estranha e distante que foi transmitida nas primeiras vezes eu ouvi. Foi complicado me adequar àquela sonoridade. Mas diante de algumas repetições, o álbum foi funcionando, fluindo. Atualmente me sinto apto a somente elogiar o Feels.
A obra mais experimental do grupo de neo-psychedelia que ao longo de uma década nos ofereceu das maneiras mais variadas a concepção de distorção do pop para o bem – diria que seus álbuns sucessores (Strawberry Jam; Merryweather Pavillion) são exemplos ainda mais evidentes.
Em altos “bpm”, marcado por percussões tribais e coros insanos, a seqüência inicial do álbum (“Did You See The Words”/”Grass”/”Flesh Canoe”/”The Purple Bottle”) já mergulha o ouvinte em um oceano desconhecido sem lhe dar a menor oportunidade de respirar. Bees remete ao álbum solo de Avey Tare e Panda Bear já comentado aqui, embora seja menos conceitual (e talvez ainda mais experimental). “Banshee Beat” e seu ritmo crescente são desconcertantes, digerir (em todos os sentidos da palavra) é alcançar o nirvana de Feels.
Para finalizar, é possível dizer sem medo que Animal Collective e seu Feels são um passo ao desconhecido em pleno século XXI. Admirar ou não são outra história.


BANSHEE BEAT from chinorockwell on Vimeo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Post relâmpago: Top 10 BR anos 00



Lista que enviei ao @liviopv do bloodypop - como eu disse no twitter: não ouvi nem um terço dos álbuns nacionais da década que gostaria de escutar. Coloquei link para os 5 primeiros, o resto vocês se virem.



01.Tom Zé - Estudando o Pagode (Na Opereta Segregamulher e Amor) ('05)




02. Los Hermanos - 4 ('05)




03. Guizado - Punx ('08)




04. Caetano Veloso - Zii e Zie (09)




05. Mauricio Hornek - Today's Punk Record ('05)




+ esse bonus que eu jamais teria a coragem de colocar diretamente aqui. Mas a genialidade é incontestável.



06. Los Hermanos - Ventura ('03)
07. Rômulo Fróes - No Chão, sem o Chão ('09)
08. Marisa Monte - Universo Particular ('06)
09. Gui Boratto - Chromophobia ('07)
10. Bnegão & Os Seletores de Freqüência - Enxugando Gelo ('03)


Menção: Hurtmold - Hurtmold ('07); Marcos Valle - Jet Samba ('05); São Paulo Underground - Sauna: Um, Dois, Três ('06)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Podcast #04: Top 50 > #40 - #31

Finalmente um novo podcast. Enquanto eu não arranjo um modelo mais prático - visto que o meu login no soundcloud expirou. Assim será.

Podcast Ssoleil #04





Agradeço se alguém me aconselhar algum site/dica/etc.

sábado, 5 de dezembro de 2009

discos: top50 / #46 - #41

Abaixo o restante dos álbuns a serem conferidos da #46 a #41 posição desse top50 com seus devidos links.
Já estou trabalhando no podcast para as próximas dez posições, só não posso garantir que ele saia amanhã, pura e simplesmente pelo evento que será o jogo Flamengo v Grêmio e seu possível pós-jogo. Vou tentar lançar esse podcast amanhã cedo, antes de sair, mas não garanto nada.
Fora isso pediria para os que baixassem os álbuns comentassem se a hospedagem está ok. Ando com problemas nessas plataformas de hospedagem vagabundas e estou a procura de uma que seja minimamente decente (pensava isso do rapidshare, mudei de idéia).




#41. Exile – Radio (2009)




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VBR



Radio seria um álbum de hip hop instrumental? É o gênero costumam determinar para o novo álbum de Exile, DJ que ficou conhecido no meio por sua produção com o rapper Blu (Below the Heavens, 2007). Diria que o produtor foi muito mais longe, e não cabe a nós conceber um estilo esse trabalho.
Está certo que as influencias do hip hop estão presentes ao longo de todo álbum, mas ao ouvir “Population Control”, nos deparamos com um dubstep torto; ou em “It’s Coming Down” um soul elétrico; ou então o bate-estaca cafonão 80's que abre o mash-up de “Mega Mix”. Radio é uma convergência de gêneros em estado pleno. Mas discutir o que deve ou vem a ser... é uma poeira tamanha a expressão que esse álbum tem para a música contemporânea.
A temática radiofônica presente aqui manifesta assuntos correntes como a liberdades de expressão, mas a partir de um caráter criativo: ao fim de cada faixa, Exile nos expõe uma propaganda ou trecho de rádio sobre algum assunto polemico (ou não) como no caso de “Love Lines” e seu anuncio sobre o medicamento marijuana e seus benefícios comentados ao estilo de um audiolivro de auto-ajuda.
O crítico do rateyourmusic Nodima, dividiu em sua crítica o álbum em três momentos distintos: Esquizofrenia; Desafio; Diversão. Imagino que ele tenha escolhido os conceitos ideais ao álbum, o resto vocês podem ler na sua review.
Acredito que Radio mereça ser ouvido mais vezes por mim, não duvido que dentro em breve suba do patamar de álbum excelente para obra-prima, afinal, é um álbum épico e “transmite” o mundo como pouquíssimos.




#42. Avey Tare and Panda Bear - Spirit They're Gone Spirit They've Vanished (2000)





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192kbps



Essa perola da dupla do Animal Collective merecia muito mais atenção do que lhe foi concedida pela mídia. Spirit They’re Gone é como um bom conto de fadas empoeirado no fundo de uma biblioteca, que não é lido há décadas. Nessa obra, David "Avey Tare" Portner e Noah "Panda Bear" Lennox deram os primeiros passos rumo ao mainstream que se transformou banda posterior, que comento mais a frente.
Através de uma sonoridade neopsicodélica e experimental, realizaram o álbum de temática sombria e com impressões infantis (“Penny Dreadfuls”; “Bat You’ll Fly”). Executar esse álbum em momento de relaxamento profundo é como caminhar por uma floresta cheia de seres estranhos. O mais fantástico de Spirit... é o complexo processos de vocalização entrelaçada a essência acústica, algo que se tornaria uma das marcas do Animal Collective anos mais tarde – cito o Sung Tongs, afinal, após este a banda já se modificou diversas vezes, embora sempre mantenha o seu caráter vocal.
Creio que seja muito complicado discorrer muito mais sobre o álbum. Por isso, peço a vocês que deixem a procrastinação de lado e ouçam essa peça injustiçada.




#43. Björk – Vespertine (2001)





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320kbps



Após uma obra-prima (Homogenic) e uma atuação brilhante (Dançando no Escuro), Björk reapareceu no início do século com mais uma revolução musical para o pop. Mas tal virtude não é nenhuma novidade para a cantora que se transforma a cada trabalho.
Em Vespertine as suas tendências para o imaginário intimista e alienígena vão ainda mais longe, se aproximando às características do seu país de origem (Islândia).
Calcado numa sonoridade que se assemelha ao chill out, lounge unificado ao “folk” escandinavo (harpas e corais) e ao caráter único da cantora, que vai desde a sua maneira de cantar, a produção rebuscada – que flui não natural quando um rio calmo. A utilização do coral feminino da Islândia já inicia uma travessia ao “álbum vocal” que Björk concretizaria no seu próximo álbum (Medúlla).
Todo ambiente mágico impresso em Vespertine merece atenção na especular carreira de Björk, destaque também para o álbum ao vivo: o melhor da seqüência de performances lançadas pela cantora.






#44. Modest Mouse – The Moon & Antarctica (2000)




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224kbps



Após dois grandes álbuns na década de 90, Modest Mouse resolveu assumir uma postura mais agressiva na produção de Moon & Antarctica e inovou os conceitos do “indie rock”. M&A busca compreender o planeta Terra através da maneira fria que o ser humano “conduz” as coisas, levando-o ao caos (“and that's how the world began / and that's how the world will end”, trechos da faixa de abertura “3th Planet”).
A variedade de harmonias e arranjos nas canções traduzem passagens insólitas e catárticas – as vezes na mesma música, como em “The Stars Are Projectors” -, entrelaçadas por faixas de puro entretenimento - e ironia, diria – como em "Paper Thin Walls" e "Life Like Weeds". Aliando essas características às composições sublimes de Isaac Brock, comprova-se que a banda, em The Moon & Antarctica, chegou a seu estado de maturidade plena, concretizando sua obra-prima.




#45. J Dilla – Donuts (2004)




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320kbps



Não é preciso se esforçar muito para gosta do álbum póstumo de J Dilla. Uma das produções mais divertidas que o hip hop já nos reservou. Uma viagem radiofônica (a transição de faixa dá exatamente essa idéia) pelo gênero, os “donuts” são reservados a todos: desde as canções da black music dos 60’s, até os beats do surgimento do hip hop.
O trabalho de repetição das faixas é encantador, a sensação que certa subversão – ideal - me remete aos trabalhos audiovisuais do Martin Arnold (procurar por Alone no youtube).
Em meio a um trabalho tão genial, o fim desse álbum nos revela, claramente, uma sensação de tristeza pelo fato de J Dilla ter falecido tão cedo. Mas além de Donuts (que foi lançado três dias antes de morrer, 7 de fevereiro), o tributo de Madlib (Vol. 5: Dil Cosby Suite) à seu amigo merece a devida atenção (relaxem que ele aparecerá em altas posições por aqui).
Quando eu fizer um filme, vou pensar seriamente na possibilidade de subir os créditos com “Last Donut of the Night”.






#46. The Microphones – The Glow, Pt. 2 (2001)




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192kbps



The Glow, Pt. 2 é um dos mais brilhantes álbuns de lo-fi da década. Phil Elvrum, sob a alcunha de Microphones, faz uma travessia pelo minimalismo através de uma incursão a um experimentalismo com toda dose de introspecção de um Daniel Johnston ou mesmo de um Elliott Smith, embora siga os mesmos caminhos musicais opostos ao último, musicalmente falando.
As três faixas iniciais (“I Want Wind to Blow”; “The Glow, Pt. 2”; “The Moon”) podem ser consideradas referência para o álbum, afinal, o que se segue são uma sequência de faixas curtas que formam uma espécie de teia que pulsa através das distorções; passagens acústicas; vocais arrastados; percussões. The Glow, Pt. 2 deu um passo expressivo na música contemporânea americana no início do século; e um parecer para artistas do underground como Pumice, Evangelista, TwinSisterMoon ganharem o mínimo de atenção das mídias especializadas.
Um álbum para que ouvir no volume máximo. Para se ouvir no volume mínimo. Um álbum para se ouvir.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

discos: top50 / #50 - #47

Gostaria de ter colocar o álbum do Microphones nessa leva. Mas ficará para o próximo post...


#47. Antony and the Johnson – I am a Bird Now (2005)




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224 kbps


A forma como a voz de Antony abre o álbum em “Hope There’s Someone” – uma das canções mais sublimes da década – é um ato único de beleza. Aliás, a palavra “única” está totalmente à associada a esse cantor. Seu estilo vocal não se pode ser comparado a nenhum outro, mas é possível lembrar outros vocais únicos que especial das décadas de 60 e 70, como Marvin Gaye, Roy Orbinson, Otis Reading e Nina Simone, está última certamente uma das grandes influencias de Antony.
Na capa; o retrato em preto e branco da transexual Candy Darling, uma das estrelas do Andy Warhol, em seu leito de morte, explica muito do que Antony procura transmitir ao longo de seu álbum. De maneira bem autoral, característica que fica explicita através de letras que falam de um universo bem particular; as parcerias com Boy George e Lou Reed, ídolos do cantor; além das referencias calcadas no soul e no jazz estão entre as virtudes de I am a Bird Now.




#48. Wilco – Yankee Hotel Foxtrot (2002)





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192 kbps


Para alguns vai ser degradante ver esse álbum tão distante das primeiras posições. Fato é que ele já subiu e desceu tanto no meu conceito... Acabou se fixando numa posição respeitável (ao meu ver). Seu alt-country experimental de produção rebuscada e seu alto teor de romantismo nas letras (leia-se pelo título de algumas canções I Am Trying to Break Your Heart; I'm the Man Who Loves You) fez a crítica cair de amores pelo álbum, em um uníssono lá por 2002. O vocalista, Jeff Tweedy naquela época chegou a ser nomeado o Bob Dylan dos nossos tempos por algumas revistas (menos, menos...).
Certamente, eu não serei o responsável por colocar em dúvida a importância de Yankee Hotel Foxtrot para a década. Um álbum que une o pop a um brando experimentalismo de uma maneira respeitável. O mais fantástico é notar a quantidade de canções com melodias ‘catchy’, acredito que todas, cada uma a sua maneira – confesso que há três anos atrás ouvi insanamente por meses Pot Kettle Black. É necessário destacar a contribuição direta do Jim O’Rourke (antes de mais nada, de importância evidente na atualidade e em algum momento ex-Sonic Youth) na produção do álbum.
Para finalizar, sendo muito sincero, não sei nem porque estou perdendo tanto tempo resenhando esse álbum, visto que praticamente já o conhece, ou mesmo aqueles que não ouviram deve simplesmente fazê-lo. É daqueles discos que vai te acompanhar para o resto da vida, usual para os momentos de depressão e de alegria. Fora isso, Não há muito o que discutir. YHF explica o conceito de “pop se arriscando...” Se Wilco não foi o primeiro grupo a tenta isso, certamente foi um dos que mais acertou na idéia.







#49. Clipse - Hell Hath No Fury (2006)





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192 kbps


Com uma produção que trás samplers secos e funcionais, de uma precisão inegável. Os ritmos são atípicos para o gênero, recheado de estruturas e referências únicas: as percussões afro de Wamp Wamp; os coros sombrios de Keys Open Doors; os sintetizadores de Hello New World...
O que ainda chama a atenção é a qualidade dos hits: Momma I’m Sorry te leva para desfilar pelas praias de Miami em um carro tunado – usaram essa canção para trilha de algum dos Velozes e Furiosos? Já está na hora. O brilhante clipe de Mr. Me Too revela exatamente os passos de (dança) da canção. Hell Hath No Fury é visceral, e busca a criatividade no minimalismo dos samplers. Por essas características acaba revelando-se revolucionário para o hip hop.


PHARRELL - MR ME TOO from 0Woei on Vimeo.







#50. Interpol – Turn on the Bright Lights (2002)




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256 kbps


A década foi marcada pelo retro e o revival. Uma lista extensa de artistas sugaram os anos 70 e em especial, 80 para o momento atual. Na sua grande maioria o fizeram de maneira ultrajante. Porém, entre as obras que se assimilam às características acima, certamente um dos principais destaques foi o debut do Interpol. Agregando a áurea oitentista dos seus riffs cheio de delays e letras soturnas ao peso e uma complexidade de arranjos bem contemporânea, Turn on the Bright Lights é considerado um marco no rock para muitos.
O álbum reflete bastante do cenário do rock mainstream no início do século: na busca desenfreada por um gênero próprio (algo que não ocorreu e tem remotas possibilidades de ocorrer). Diria que Interpol contribuiu bastante com a reciclagem na palavra “tradição” dentro da música, A princípio não é necessário se copiar para mantê-la, é possível recriar a partir dela. Mas aparentemente o grupo despejou toda sua capacidade de criação, visto que seus sucessores não refletem nem a metade do que o primeiro álbum foi.

domingo, 29 de novembro de 2009

Podcast #03: Top 50 > #50 - #41

Podcast#03- 50-41 by thiagoortman







Sumi quase um mês e não postei mais nenhum álbum por aqui. Tive momentos bastante conturbados. Mas é final de ano, final de década (para a internet). Me sinto no dever de divulgar minha lista de melhores álbuns... portanto, decidi 'retalhá-la': vou anunciá-la através do podcast, sendo 10 faixas por semana, cada uma representando um álbum.

Ao longo da semana, irei hospedar os digníssimos (álbuns) e caso tenha tempo - algo que será possível na próxima semana, porém, impossível nas outras até o natal - vou fazer uma breve resenha dos dito cujos.

Para ficar mais "emocionante", eu não vou transcrever a lista com o nome das músicas, respectivos álbuns e etc como nos outros dois podcasts, deixarei isso para o dia seguinte (vulgo 'amanhã'). Mas para não deixar todo mundo na curiosidade, embaixo da timeline do podcast você vai notar que tem o nome das músicas e artistas, caso os mais ansiosos queiram ver o que tem na lista, eles olham logo ali... enfim, façam como quiser. Ouçam se tiverem disponibilidade e comentem se tiverem saco.

Nesse podcast os discos da #50 a #41 posição, obviamente.


Agora vamos aos Ps...

ps1: Se você não sabe, entenda desde já: eu amo listas, especialmente o processo de criá-las e/ou participar de alguma delas. Elas podem não dizer nada. Mas o puro processo de criação dela já me diverte.

ps2: Como qualquer lista, essa vai gerar polemicas, mas essa é a idéia. Claro que coisas vão ficar de fora, outras serão absurdas para alguns - e.g. tenho certeza que tem álbuns nesses #50 a #41 que estariam ou estarão no top10/5 de muita gente - , enfim, antes de mais nada é o meu gosto. Se merece respeito ou não, não cabe a mim decidir, mas aceitarei na boa discodâncias e elogios, é claro, com respeito e sem arrogancia. Obrigado.

ps3: 'Quer dizer que se você ouvir um álbum, gostar muito, você modificará seu top50?' Não, quer dizer, mais ou menos, se daqui pra frente ouvir algo que mereça estar no top, colocarei no oficial, mas não vou adicionar aqui.
Mas existe uma possibilidade para que isso ocorrá. Caso um álbum x lá da frente sair do top e o y entrar, não modificará a quantidade de álbuns na lista. E outra, vocês provavelmente nem ficarão sabendo! :)

ps4: Ao final do ano (lá pro dia 27 de dezembro) vou soltar o top100.

sábado, 31 de outubro de 2009

podcast #02: 00’s singer-songwriters ♀

Podcast ssoleil 2 by thiagoortman



Islaja


Recorrendo a uma conversa noturna que tive ao longo dessa semana com uma amiga, que eu decidi a temática desse podcast de título (tosco) com números e símbolos. A explicação do título é bem simples: Aproveitando o fim da década - segundo a internet - reuni dez das principais singer-songwriters (cantora/compositora) que começaram a produzir nessa década (sempre falta algo!). A artista que deu iniciou a idéia é a Julie Doiron, que ironicamente é a única artista que já lançou algum álbum antes dessa dos anos 00's, por isso, decidi mantê-la.

Diante de uma escolha tão extensa, acabei por unir diversos gêneros no podcast, gerando uma seleção não-linear de gêneros. Por isso, caso a primeira faixa assuste - afinal Joanna Newsom não é pra qualquer um, diria que nem pra mim - não desista. A coisa tende a ficar mais acessível a partir da segunda faixa.

Após afastar a 'população' produzindo uma playlist tão peculiar como a #01, a tendência por agora é lançar uma campanha para aumentar o ibope do blog.


ps: vou tentar fazer algo mais do que simplesmente hospedar álbuns aqui nos próximos posts. Estou me sentindo muito simplista. Mas os trabalhos de faculdade andam exterminando com meu tempo.


01. Joanna Newsom "Peach, Plum, Pear" (The Milk-Eyed Mender; Drag City, 2004) 3'34"
02. Julie Doiron "Snowfalls In November" (Goodnight Nobody; Jagjaguwar, 2004) 5'20"
03. Feist "One Evening" (Let It Die; Polydor / Cherrytree, 2004) 3'36"
04. Tara Jane O'Neil "Howl" (A Ways Away; K, 2009) 5'03"
05. Grouper "Heavy Water / I'd Rather Be Sleeping" (Dragging a Dead Deer Up a Hill; Type, 2008) 2'53"
06. Marissa Nadler "Bird on Your Grave" ( Songs III: Bird on the Water; Peacefrog / Kemado, 2007) 5'00"
07. Regina Spektor "Sailor Song" (Soviet Kitsch; Sire, 2004) 3'15"
08. Neko Case "Star Witness" (Fox Confessor Brings the Flood; Anti-, 2006) 5'16"
09. St. Vincent "Landmines" (Marry Me; Beggars Banquet, 2007) 5'07"
10. Islaja "Rukous" (Palaa aurinkoon; Fonal, 2005) 3'50"

discos: autechre p. 2



Abaixo você poderá encontrar a sequência da discografia do Autechre + uma coletânea do Shackleton + o último álbum do 2562. Logo mais eu coloco o novo podcast, que vai viajar por outras ambientações...


Confield (Warp '01)



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Confield - 256 kbps











Draft 7.30 (Warp '03)



Link
Draft 7.30 - 192 kbps











Untilted (Warp '05)



Link
Untilted - VBR










Quaristice (Warp '08)



Link
Quaristice - VBR










Shackleton - Three EPs (Perlon '09)



Link
Three EPs - VBR











2562 - Unbalance (Tectonic '09)



Link
Unbalance - VBR

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

discos: autechre p. 1

É pedir muito descrever algo por agora. Um cansaço intenso toma conta do meu corpo nesse momento, me deixando sem possibilidade de dialogar por aqui. Só devo observar que o novo podcast sairá sábado - ao invés de hoje. E abaixo segue a parte 1 da discografia do Autechre. Amanhã vai o resto.



esse vídeo é brilhante.





Incunabula (Warp '93)



Link
Incunabula - 192 kbps









Amber (Warp / TVT '94)



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Amber - VBR









Tri Repetae (Warp '95)



Link
Tri Repetae - 192 kbps









Chiastic Slide (Warp '97)



Link
Chiastic Slide - 320 kbps









LP5 (Warp '98)




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LP5 - 320 kbps

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

discos: burial

Seguindo a seção com as criações polares e sombrias de William Bevan. Os dois álbuns são aconselhaveis, mas diria que o Untrue é mais consistente do que o homônimo. Como eu sugeri no meu twitter: "Burial é música para se ouvir em um quarto escuro, frio, tomando água gelada."







South London Boroughs EP(Hyperdub '05)


Link
South London Boroughs - 320 kbps










Burial (Hyperdub '06)



Link
Burial - 192 kbps








Untrue (Hyperdub '07)



Link
Untrue - VBR










Moth / Wolf Cub EP [w/Four Tet] (Text '09)



Link
Moth / Wolf Cub - 320 kbps









Logo, Autechre e algo mais.

sábado, 24 de outubro de 2009

discos: flying lotus

Coloquei 'algo' do FlyLo para tocar no podcast dessa semana. Será o primeiro que eu irei subir a discografia por aqui - não se acostumem a me ver subindo a discografia inteira, mas sempre que possível eu tentarei. Para quem quiser conhecer o som do rapaz antes de baixar algo, acho uma boa dar uma olhada aqui: http://www.myspace.com/flyinglotus


ps: juntei os EPs na esperança de facilitar a vida de todos.




Reset(Warp '07)/Shhh!('08) EPs



Link
Reset - 360kbps
Shhh! - VBR




L.A. EPs (Warp '08/'09)









Link
1x3 - VBR
2x3 - 360 kbps
3x3 - 192 kbps




1983 (Warp '06)


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1983 - VBR











Los Angeles (Warp '08)

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Los Angeles - VBR











Em breve, Burial.