sábado, 5 de dezembro de 2009

discos: top50 / #46 - #41

Abaixo o restante dos álbuns a serem conferidos da #46 a #41 posição desse top50 com seus devidos links.
Já estou trabalhando no podcast para as próximas dez posições, só não posso garantir que ele saia amanhã, pura e simplesmente pelo evento que será o jogo Flamengo v Grêmio e seu possível pós-jogo. Vou tentar lançar esse podcast amanhã cedo, antes de sair, mas não garanto nada.
Fora isso pediria para os que baixassem os álbuns comentassem se a hospedagem está ok. Ando com problemas nessas plataformas de hospedagem vagabundas e estou a procura de uma que seja minimamente decente (pensava isso do rapidshare, mudei de idéia).




#41. Exile – Radio (2009)




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VBR



Radio seria um álbum de hip hop instrumental? É o gênero costumam determinar para o novo álbum de Exile, DJ que ficou conhecido no meio por sua produção com o rapper Blu (Below the Heavens, 2007). Diria que o produtor foi muito mais longe, e não cabe a nós conceber um estilo esse trabalho.
Está certo que as influencias do hip hop estão presentes ao longo de todo álbum, mas ao ouvir “Population Control”, nos deparamos com um dubstep torto; ou em “It’s Coming Down” um soul elétrico; ou então o bate-estaca cafonão 80's que abre o mash-up de “Mega Mix”. Radio é uma convergência de gêneros em estado pleno. Mas discutir o que deve ou vem a ser... é uma poeira tamanha a expressão que esse álbum tem para a música contemporânea.
A temática radiofônica presente aqui manifesta assuntos correntes como a liberdades de expressão, mas a partir de um caráter criativo: ao fim de cada faixa, Exile nos expõe uma propaganda ou trecho de rádio sobre algum assunto polemico (ou não) como no caso de “Love Lines” e seu anuncio sobre o medicamento marijuana e seus benefícios comentados ao estilo de um audiolivro de auto-ajuda.
O crítico do rateyourmusic Nodima, dividiu em sua crítica o álbum em três momentos distintos: Esquizofrenia; Desafio; Diversão. Imagino que ele tenha escolhido os conceitos ideais ao álbum, o resto vocês podem ler na sua review.
Acredito que Radio mereça ser ouvido mais vezes por mim, não duvido que dentro em breve suba do patamar de álbum excelente para obra-prima, afinal, é um álbum épico e “transmite” o mundo como pouquíssimos.




#42. Avey Tare and Panda Bear - Spirit They're Gone Spirit They've Vanished (2000)





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192kbps



Essa perola da dupla do Animal Collective merecia muito mais atenção do que lhe foi concedida pela mídia. Spirit They’re Gone é como um bom conto de fadas empoeirado no fundo de uma biblioteca, que não é lido há décadas. Nessa obra, David "Avey Tare" Portner e Noah "Panda Bear" Lennox deram os primeiros passos rumo ao mainstream que se transformou banda posterior, que comento mais a frente.
Através de uma sonoridade neopsicodélica e experimental, realizaram o álbum de temática sombria e com impressões infantis (“Penny Dreadfuls”; “Bat You’ll Fly”). Executar esse álbum em momento de relaxamento profundo é como caminhar por uma floresta cheia de seres estranhos. O mais fantástico de Spirit... é o complexo processos de vocalização entrelaçada a essência acústica, algo que se tornaria uma das marcas do Animal Collective anos mais tarde – cito o Sung Tongs, afinal, após este a banda já se modificou diversas vezes, embora sempre mantenha o seu caráter vocal.
Creio que seja muito complicado discorrer muito mais sobre o álbum. Por isso, peço a vocês que deixem a procrastinação de lado e ouçam essa peça injustiçada.




#43. Björk – Vespertine (2001)





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320kbps



Após uma obra-prima (Homogenic) e uma atuação brilhante (Dançando no Escuro), Björk reapareceu no início do século com mais uma revolução musical para o pop. Mas tal virtude não é nenhuma novidade para a cantora que se transforma a cada trabalho.
Em Vespertine as suas tendências para o imaginário intimista e alienígena vão ainda mais longe, se aproximando às características do seu país de origem (Islândia).
Calcado numa sonoridade que se assemelha ao chill out, lounge unificado ao “folk” escandinavo (harpas e corais) e ao caráter único da cantora, que vai desde a sua maneira de cantar, a produção rebuscada – que flui não natural quando um rio calmo. A utilização do coral feminino da Islândia já inicia uma travessia ao “álbum vocal” que Björk concretizaria no seu próximo álbum (Medúlla).
Todo ambiente mágico impresso em Vespertine merece atenção na especular carreira de Björk, destaque também para o álbum ao vivo: o melhor da seqüência de performances lançadas pela cantora.






#44. Modest Mouse – The Moon & Antarctica (2000)




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224kbps



Após dois grandes álbuns na década de 90, Modest Mouse resolveu assumir uma postura mais agressiva na produção de Moon & Antarctica e inovou os conceitos do “indie rock”. M&A busca compreender o planeta Terra através da maneira fria que o ser humano “conduz” as coisas, levando-o ao caos (“and that's how the world began / and that's how the world will end”, trechos da faixa de abertura “3th Planet”).
A variedade de harmonias e arranjos nas canções traduzem passagens insólitas e catárticas – as vezes na mesma música, como em “The Stars Are Projectors” -, entrelaçadas por faixas de puro entretenimento - e ironia, diria – como em "Paper Thin Walls" e "Life Like Weeds". Aliando essas características às composições sublimes de Isaac Brock, comprova-se que a banda, em The Moon & Antarctica, chegou a seu estado de maturidade plena, concretizando sua obra-prima.




#45. J Dilla – Donuts (2004)




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320kbps



Não é preciso se esforçar muito para gosta do álbum póstumo de J Dilla. Uma das produções mais divertidas que o hip hop já nos reservou. Uma viagem radiofônica (a transição de faixa dá exatamente essa idéia) pelo gênero, os “donuts” são reservados a todos: desde as canções da black music dos 60’s, até os beats do surgimento do hip hop.
O trabalho de repetição das faixas é encantador, a sensação que certa subversão – ideal - me remete aos trabalhos audiovisuais do Martin Arnold (procurar por Alone no youtube).
Em meio a um trabalho tão genial, o fim desse álbum nos revela, claramente, uma sensação de tristeza pelo fato de J Dilla ter falecido tão cedo. Mas além de Donuts (que foi lançado três dias antes de morrer, 7 de fevereiro), o tributo de Madlib (Vol. 5: Dil Cosby Suite) à seu amigo merece a devida atenção (relaxem que ele aparecerá em altas posições por aqui).
Quando eu fizer um filme, vou pensar seriamente na possibilidade de subir os créditos com “Last Donut of the Night”.






#46. The Microphones – The Glow, Pt. 2 (2001)




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192kbps



The Glow, Pt. 2 é um dos mais brilhantes álbuns de lo-fi da década. Phil Elvrum, sob a alcunha de Microphones, faz uma travessia pelo minimalismo através de uma incursão a um experimentalismo com toda dose de introspecção de um Daniel Johnston ou mesmo de um Elliott Smith, embora siga os mesmos caminhos musicais opostos ao último, musicalmente falando.
As três faixas iniciais (“I Want Wind to Blow”; “The Glow, Pt. 2”; “The Moon”) podem ser consideradas referência para o álbum, afinal, o que se segue são uma sequência de faixas curtas que formam uma espécie de teia que pulsa através das distorções; passagens acústicas; vocais arrastados; percussões. The Glow, Pt. 2 deu um passo expressivo na música contemporânea americana no início do século; e um parecer para artistas do underground como Pumice, Evangelista, TwinSisterMoon ganharem o mínimo de atenção das mídias especializadas.
Um álbum para que ouvir no volume máximo. Para se ouvir no volume mínimo. Um álbum para se ouvir.


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