quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

discos: top50 / #50 - #47

Gostaria de ter colocar o álbum do Microphones nessa leva. Mas ficará para o próximo post...


#47. Antony and the Johnson – I am a Bird Now (2005)




Link
224 kbps


A forma como a voz de Antony abre o álbum em “Hope There’s Someone” – uma das canções mais sublimes da década – é um ato único de beleza. Aliás, a palavra “única” está totalmente à associada a esse cantor. Seu estilo vocal não se pode ser comparado a nenhum outro, mas é possível lembrar outros vocais únicos que especial das décadas de 60 e 70, como Marvin Gaye, Roy Orbinson, Otis Reading e Nina Simone, está última certamente uma das grandes influencias de Antony.
Na capa; o retrato em preto e branco da transexual Candy Darling, uma das estrelas do Andy Warhol, em seu leito de morte, explica muito do que Antony procura transmitir ao longo de seu álbum. De maneira bem autoral, característica que fica explicita através de letras que falam de um universo bem particular; as parcerias com Boy George e Lou Reed, ídolos do cantor; além das referencias calcadas no soul e no jazz estão entre as virtudes de I am a Bird Now.




#48. Wilco – Yankee Hotel Foxtrot (2002)





Link
192 kbps


Para alguns vai ser degradante ver esse álbum tão distante das primeiras posições. Fato é que ele já subiu e desceu tanto no meu conceito... Acabou se fixando numa posição respeitável (ao meu ver). Seu alt-country experimental de produção rebuscada e seu alto teor de romantismo nas letras (leia-se pelo título de algumas canções I Am Trying to Break Your Heart; I'm the Man Who Loves You) fez a crítica cair de amores pelo álbum, em um uníssono lá por 2002. O vocalista, Jeff Tweedy naquela época chegou a ser nomeado o Bob Dylan dos nossos tempos por algumas revistas (menos, menos...).
Certamente, eu não serei o responsável por colocar em dúvida a importância de Yankee Hotel Foxtrot para a década. Um álbum que une o pop a um brando experimentalismo de uma maneira respeitável. O mais fantástico é notar a quantidade de canções com melodias ‘catchy’, acredito que todas, cada uma a sua maneira – confesso que há três anos atrás ouvi insanamente por meses Pot Kettle Black. É necessário destacar a contribuição direta do Jim O’Rourke (antes de mais nada, de importância evidente na atualidade e em algum momento ex-Sonic Youth) na produção do álbum.
Para finalizar, sendo muito sincero, não sei nem porque estou perdendo tanto tempo resenhando esse álbum, visto que praticamente já o conhece, ou mesmo aqueles que não ouviram deve simplesmente fazê-lo. É daqueles discos que vai te acompanhar para o resto da vida, usual para os momentos de depressão e de alegria. Fora isso, Não há muito o que discutir. YHF explica o conceito de “pop se arriscando...” Se Wilco não foi o primeiro grupo a tenta isso, certamente foi um dos que mais acertou na idéia.







#49. Clipse - Hell Hath No Fury (2006)





Link
192 kbps


Com uma produção que trás samplers secos e funcionais, de uma precisão inegável. Os ritmos são atípicos para o gênero, recheado de estruturas e referências únicas: as percussões afro de Wamp Wamp; os coros sombrios de Keys Open Doors; os sintetizadores de Hello New World...
O que ainda chama a atenção é a qualidade dos hits: Momma I’m Sorry te leva para desfilar pelas praias de Miami em um carro tunado – usaram essa canção para trilha de algum dos Velozes e Furiosos? Já está na hora. O brilhante clipe de Mr. Me Too revela exatamente os passos de (dança) da canção. Hell Hath No Fury é visceral, e busca a criatividade no minimalismo dos samplers. Por essas características acaba revelando-se revolucionário para o hip hop.


PHARRELL - MR ME TOO from 0Woei on Vimeo.







#50. Interpol – Turn on the Bright Lights (2002)




Link
256 kbps


A década foi marcada pelo retro e o revival. Uma lista extensa de artistas sugaram os anos 70 e em especial, 80 para o momento atual. Na sua grande maioria o fizeram de maneira ultrajante. Porém, entre as obras que se assimilam às características acima, certamente um dos principais destaques foi o debut do Interpol. Agregando a áurea oitentista dos seus riffs cheio de delays e letras soturnas ao peso e uma complexidade de arranjos bem contemporânea, Turn on the Bright Lights é considerado um marco no rock para muitos.
O álbum reflete bastante do cenário do rock mainstream no início do século: na busca desenfreada por um gênero próprio (algo que não ocorreu e tem remotas possibilidades de ocorrer). Diria que Interpol contribuiu bastante com a reciclagem na palavra “tradição” dentro da música, A princípio não é necessário se copiar para mantê-la, é possível recriar a partir dela. Mas aparentemente o grupo despejou toda sua capacidade de criação, visto que seus sucessores não refletem nem a metade do que o primeiro álbum foi.

2 comentários:

Fausto disse...

É Yankee Hotel Foxtrot, não Hotel Yankee Foxtrot. Hehe. Meu #6 da década.

Anthony é foda, Blind = top10 faixas! Essa capa com a Candy Darling morrendo + o título "I Am Bird Now" é arrasadora mesmo. Baixarei, só conheço a primeira faixa.

Thiago Ortman disse...

Realmente, sequelei!

Arrumado já! hehe